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Pesquisador : Ayomikun Oluleke Aruwajoye

Orientador : Prof. Pastor Willy Gonzales Taco

 

As condições da mobilidade urbana são determinantes para realização das atividades cotidianas, limitando ou favorecendo a mobilidade da população. Com o crescimento dos deslocamento das  pessoas dentro do espaço urbano, tem-se impacto na qualidade de vida das mesmas, causando prejuízos à saúde e bem-estar, devido à preocupação gerada por essa mobilidade, que atinge não só o indivíduo, como também as empresas e a sociedade. Os problemas causados pelo uso excessivo de automóvel para se deslocar ao trabalho, por exemplo, são: poluição do ar, alto custo de construção e manutenção dos estacionamentos, ruídos, impactos climáticos; e até influenciam na qualidade de vida dos funcionários.

Além disso, há dificuldades para trabalhadores e para a região, como a dificuldade de acesso ao local de trabalho, baixa utilização de outros modos de transporte existentes e a baixa oferta desses outros modos (ciclovias, linhas de transporte coletivo) nessa região além de automóvel entre outros fatores. Ressalta-se que na região de Brasília, 65% da população se desloca por meio de automóveis, sendo os outros modos secundários. Além disso 50% dos deslocamentos nas grandes cidades brasileiras são por motivo de trabalho (Bahia, 2012). O principal meio de deslocamento para o trabalho no Distrito Federal, são 47% feitos com automóveis, enquanto 38% desloca de ônibus. Em geral, aproximadamente 46% anda de transporte individual no Distrito Federal (Codeplan/PDAD, 2018).

Assim, a Mobilidade Corporativa (MC) tem surgido como uma alternativa para as organizações na gestão das viagens ao trabalho por automóvel. A Mobilidade Corporativa está composta de planos de viagens institucionais para o local de trabalho e visam promover a mobilidade ativa e sustentável para reduzir o uso de automóvel (Petrunoff et al., 2015). A MC pode ser definida também, como um conjunto de ações que os empregadores promovem para que os funcionários façam suas viagens de forma mais sustentável. Ainda, a MC não só inclui as viagens dos funcionários ao local de trabalho, mas também outras viagens relacionadas a organização, como para tratar de negócios, visitas, atendimento a clientes ou pacientes no caso dos hospitais (Cairns et al., 2010).

Os benefícios da Mobilidade Corporativa, não só atingem as instituições envolvidas e os seus funcionários, como também a região do entorno da organização. No caso das instituições, espera-se uma redução dos custos associados ao transporte (auxílio combustível, frota), redução da demanda por vagas de estacionamento, cumprimento de metas de sustentabilidade, otimização do uso do espaço urbano, redução do absenteísmo, e aumento do acesso ao local de trabalho. Para o caso dos funcionários, espera-se uma melhoria da qualidade de vida e saúde, aumento da produtividade, redução dos custos com transporte e tempo perdido em deslocamentos. Para a região/entorno da instituição, espera-se uma redução da poluição local, devido às emissões de gases de efeito estufa, redução dos congestionamentos locais, diminuição dos acidentes de trânsito, aumento da oferta de modo de transportes mais sustentáveis e de qualidade (Commerce, 2018).

A partir dos referidos benefícios, a adoção da Mobilidade Corporativa junto às organizações, reduziria o uso de automóveis em determinada região. Essas iniciativas têm o potencial de economizar custos tanto para empregadores quanto para os trabalhadores e, em particular, os custos relacionados à provisão de empregados e estacionamento para clientes.

 

Referência Bibliográfica

Bahia (2012), Secretaria de Infraestrutura, Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia. Pesquisa de Mobilidade – Região Metropolitana de Salvador: síntese dos resultados. Salvador, Brasil.

Cairns, S.; Newson, C. e Davis, A (2010) Understanding successful work place travel initiatives in the UK., Transportation Research Part A, V.44, p.473-494.

Codeplan/PDAD (2018). Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios. p.43-46

Commerce (2018): Standards for developing Workplace Travel Plans

Petrunoff, N.; Rissel, C.; Wen, L. M.; e Martin J (2015) Carrots and sticks vs carrots: Comparing approaches to workplace travel plans using disincentives for driving and incentives for active travel, Journal of Transport & Health 2, p. 563–567